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("Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto que o uso vulgar seja co­meçar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; o segundo é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo". (Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis) Diante da explicação do narrador desse conhecido romance machadiano, infere-se que a linguagem dispõe de um recurso enriquecedor: a disposição das palavras no espaço frasal. Sendo assim, que tipo de lei­tura pode-se fazer dessas duas expressões: "autor defunto" e "defunto autor"? a. Na expressão "autor defunto", do ponto de vista morfológico, o segundo elemento funciona como adjetivo, caracterizando de forma negativa e irônica o substantivo ao qual se refere. B. A função morfológica das palavras "autor" e "defunto" não muda em ambas as expressões; transmitindo, portanto, a mes­ma ideia, com iguais valores semânticos. C. A expressão "defunto autor", na qual o primeiro elemento funciona morfologicamente como substantivo, aparece de forma metaforizada, privilegiando uma forma original de narração. D. Em "defunto autor", tem-se a respectiva combinação de substantivo e adjetivo, que nos remete à ideia de que a pessoa irá escrever suas memórias dentro de um cemitério. E. A colocação da palavra "defunto" após "autor" leva-nos a pensar que o segundo elemento constitui um substantivo, referindo-se a alguém que está em fase final da carreira de escritor. Senhora – José de Alencar) Considerando aspectos do contexto histórico-literário em que essa obra está inserida, procede o comentário: