A antropologia, em especial a antropologia urbana, oferece um sem número de abordagens etnográficas, cujo foco de realização é o espaço urbano. Nas interpretações iniciais do fenômeno urbano, entretanto, haviam tendências opostas que, por um lado, tratavam a cidade como mero palco, enquanto outras eram marcadas pela influência da Escola de Chicago, tornando a cidade um objeto de investigação. É fundamental acrescentar ao debate da antropologia urbana a noção de que essa área do conhecimento é plural, cabendo tanto reflexões antropológicas da cidade – um espaço para a discussão e a reflexão antropológicas – como uma antropologia na cidade, onde um sem número de investigações ocorre no espaço urbano, realizadas a partir da abordagem e experiência etnográficas. A partir do fragmento do texto, considere as afirmações a seguir: I. Não é possível afirmar que as abordagens clássicas dos estudos sobre a cidade – tais como a pesquisa de campo sobre a situação social dos trabalhadores ingleses realizada por Engels, a tipologia das cidades de Weber ou, mesmo, as reflexões acerca da divisão social do trabalho em Marx ou Durkheim – sejam necessariamente uma antropologia urbana, já que nesses estudos, independentemente da abordagem teórica, a cidade se constituía como palco para transformações históricas e sociológicas mais amplas. II. Os estudos da Escola de Chicago, de sociologia e antropologia urbanas, inauguram as abordagens das ciências sociais sobre o fenômeno, tendo nas transformações e nos problemas urbanos a base empírica para investigações e reflexões sobre a cidade. III. Estudos etnográficos que têm como foco grupos sociais, sua rede de sociabilidade, lazer e usos da cidade podem vir a ser considerados estudos de antropologia na cidade, distintos de estudos que têm a cidade e seus atores sociais um “objeto” de reflexão, aquilo que chamamos de antropologia da cidade. IV. Embora existam definições de estudos de antropologia na cidade e da cidade, tal distinção muitas vezes é tênue, dada as múltiplas maneira