Texto I: Para Gilberto Freyre, em sua obra Casa Grande & Senzala, publicada em 1933, no que refere à miscibilidade (capacidade de um grupo se misturar com outro), nenhum povo colonizador dos tempos modernos superou ou igualou os portugueses. Desde o primeiro contato misturaram-se com mulheres negras gerando filhos mestiços. O resultado foi que alguns milhares de portugueses e mestiços, negros e indígenas, conseguiram estabelecer-se firmemente na posse de um vasto território competido com outros europeus na extensão do seu domínio colonial e na eficiência da sua atividade colonizadora. ARRUDA, Maria Arminda do Nascimento. Dilemas do Brasil moderno: a questão racial na obra de Florestan Fernandes. In: MAIO, Marcos Chor; SANTOS, Ricardo Ventura. Raça, ciência e sociedade. (pp. 195-203). Rio de Janeiro: FIOCRUZ/CCBB, 1996 (adaptado). ​Texto II: Como consequência dos horrores da II Guerra Mundial, a UNESCO adotou como missão institucional o combate ao racismo em todo o mundo. A alegada existência de uma “democracia racial brasileira” parecia, na ocasião, que poderia ser usada como modelo para o mundo. A UNESCO comissionou equipes de pesquisa que percorreram todo o Brasil. No entanto, os resultados não foram os esperados. Todas as equipes constataram elevados níveis de desigualdade entre as populações branca e não-branca, além de fortes evidências de práticas e estereótipos racistas. CHOR, Marcos. O Projeto Unesco e a agenda das Ciências Sociais no Brasil dos anos 40 e 50. Revista Brasileira de Ciências Sociais - vol. 14 no 41, Out 1999 (adaptado). ​Com base nas informações dos textos, analise as afirmativas a seguir: ​I. Os textos refletem duas visões antagônicas sobre as relações raciais no Brasil, mas a tese de Gilberto Freyre não resiste as provas empíricas coletadas pelas comissões da Unesco. II. Os textos demonstram dois momentos históricos distintos, o livro de Freyre foi publicado na década de 1930 e a pesquisa da Unesco depois dos horrores da Segunda Guerra Mundial, tais diferenças podem ter influenciad