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“A raça como fator criminógeno, ou seja, como causa da criminalidade e da desordem, passa a ser defendida justamente no período em que as formas de controle social são fundadas na divisão entre negros/escravos e brancos/livres, características do sistema escravista em crise. Crise gerada por imposições externas de abolir a escravidão e fundar o mercado de mão de obra livre, bem como por pressões internas, tais como os atos de insurreição escrava que se opuseram ao regime, dinamizaram e ofereceram opções políticas instituídas para a interpretação das ideias de liberdade e igualdade defendidas pelo iluminismo. Crise também gerada pela crescente complexidade do controle social sobre novas categorias sociais, sobretudo duas que estavam em ampla difusão no séc. XIX: a do negro-escravo urbano e a do negro-liberto. Junto com essa crise, sobretudo na segunda metade desse século, o cientificismo aparece como ideologia das elites intelectuais, preparando uma lenta, porém contínua, construção de instituições que passam a integrar a reprodução social numa sociedade de trabalho livre (a escola, as faculdades, as escolas técnicas, a administração pública etc.) que já nascem com uma ideologia capaz de justificar a racialização do poder social das instituições”. DUARTE, Evandro Piza. Criminologia e racismo: a construção discursiva da criminologia positiva brasileira e a negação de cidadania no Brasil. In: CARVALHO, Salo de; DUARTE, Evandro Piza. Criminologia do preconceito: racismo e homofobia nas ciências criminais. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 26. Considerando o texto em destaque, avalie as afirmações a seguir: As formas de controle social no Brasil são fundadas a partir do racismo estrutural decorrente do sistema escravista, bem como do cientificismo naturalista do séc. XIX. Assim como as leis penais, as agências e as instituições de controle social funcionam a partir da igualdade e da isonomia, o que se reproduz na conduta dos agentes públicos. As práticas cotidianas do sistema penal são um sintoma da crise