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A educação brasileira guarda uma herança de desigualdade entre grupos sociais e raciais ao longo da história e que persiste até os dias atuais. Apesar de, hoje, a universalização da educação ser uma realidade na sociedade brasileira, bem como a obrigatoriedade de garantia da educação afirmada na Constituição Federal de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases Nacionais de Educação (LDB n. 9. 394/96), os índices de analfabetismo, evasão, abandono e repetência são realidades presentes no raio x da educação, principalmente nas redes públicas de ensino. De acordo com o Censo Escolar (2018), cerca de 6,4 milhões de estudantes das escolas estaduais e municipais encontram-se em situação de distorção entre idade e série, ou seja, possuem dois ou mais anos de atraso escolar, principalmente pretos e pardos e em número maior, meninos". (Extraído de MARCELINO, S. A ordem dos fatores não altera os efeitos: racismo, currículo e produção do (in)sucesso escolar na percepção de estudantes dos anos finais do ensino fundamental. Práticas Curriculares Antirracistas: Temas em Construção. CORENZA, J. A. (Org). RJ: Wack, 2021, p. 107)