[...] O regime republicano atravessava, nas duas primeiras décadas do século XX, um período de convulsões. A Abolição da Escravatura; a imigração europeia; a migração dos camponeses e antigos escravos para as cidades; enfim, os efeitos econômicos da industrialização nascente agravavam as tensões sociais e colocavam em questão o próprio regime, cuja legitimidade a elite de dirigentes procurava justificar por todos os meios. [...] [...] O Brasil estava sacudido por revoltas sociais e crises econômicas, não por questões históricas ou políticas, mas – segundo eles – por causa do clima tropical e da constituição étnica do povo. O brasileiro não tinha podido promover o desenvolvimento harmônico do país porque o calor e a mistura com raças inferiores tinham-no tornado preguiçoso, ocioso, indisciplinado e pouco inteligente. Infelizmente, nada podia ser feito contra o clima. Em contrapartida, o problema racial ainda podia ser resolvido”. (Fonte: COSTA, J. F. História da psiquiatria no Brasil: um corte ideológico. Rio de Janeiro: Garamond, 2007. p. 49-50.) Dos embates da segunda metade do século XIX sobre as razões para o atraso brasileiro e como operar a modernização do Brasil, vários teóricos concordavam que a escravidão havia contribuído para criar um povo miscigenado, marcado pelo vício e pela doença. Dessa forma, a solução não estava apenas em eliminar o trabalho escravo: era preciso construir um novo elemento nacional. Com base nesse contexto, considere as alternativas abaixo e assinale a única correta. a) Embora excluídos do projeto de modernidade do país, toda a herança cultural trazida pelos africanos foi preservada pelo governo. b) Para alguns teóricos da época, adeptos das teorias higienistas, a miscigenação significava um atraso, que seria superado com o incentivo à imigração de europeus. c) Tanto a abolição da escravidão quanto a instauração da República abriram para a população de ex-escravizados ampla participação política e melhores condições de vida. d) As elites republicanas enxergavam a vinda de