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Geração Paissandu Vim, como todo mundo, do quarto escuro da infância, mundo de coisas e ânsias indecifráveis, de só desejo e repulsa. Cresci com a pressa de sempre. Fui jovem, com a sede de todos, em tempo de seco fascismo. Por isso não tive pátria, só discos. Amei, como todos pensam. Troquei carícias cegas nos cinemas, li todos os livros, acreditei em quase tudo por ao menos um minuto, provei do que pintou, adolesci. Vi tudo que vi, entendi como pude. Depois, como de direito, endureci. Agora a minha boca não arde tanto de sede. As minhas mãos é que coçam - Vontade de destilar depressa, antes que esfrie, esse caldo morno de vida. BRITTO, P. H. Geração Paissandu. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. No poema, observam-se, nas três estrofes, respectivamente, a infância, a juventude e a idade adulta. Nesta última fase, os versos "As minhas mãos é que coçam -/Vontade de destilar /depressa, antes que esfrie, lesse caldo momo de vida" proclamam o seguinte valor humano:
Sagot :
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