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Leia atentamente a passagem abaixo e faça uma análise sintática dela. Identifique as orações, bem como seus sujeitos, predicados e complementos, e distinga as orações principais das orações acessórias.
A crítica não se opõe ao procedimento dogmático da razão em seu conhecimento puro como ciência (pois esta tem de ser sempre dogmática, i. e., estritamente demonstrativa a partir de princípios seguros a priori), mas sim ao dogmatismo, i.e., à pretensão de progredir apenas com um conhecimento puro a partir de conceitos (o filosófico), de acordo com princípios, tal como a razão está há muito habituada, sem uma investigação do modo e do direito pelos quais teria chegado a ele. O dogmatismo, portanto, é o procedimento dogmático da razão pura sem uma crítica prévia de sua própria faculdade. Tal oposição não deve, portanto, favorecer a causa da superficialidade tagarela que se apresenta sob o nome da popularidade, nem muito menos a do ceticismo, que condena sumariamente toda a metafísica; a crítica é antes a organização provisória necessária para a promoção de uma metafísica fundamental enquanto ciência, a qual tem de ser conduzida de maneira necessariamente dogmática e, segundo a mais estrita exigência, sistemática, portanto segundo os padrões (não populares) das escolas; e tal exigência, uma vez que a metafísica se esforça para conduzir seus interesses inteiramente a priori, portanto com vistas à satisfação completa da razão especulativa, é uma exigência que não pode ser negligenciada. Assim, na execução do plano que a crítica prescreve, i.e., no futuro sistema da metafísica, temos de seguir a partir de agora o método estrito do famoso Wolff, o maior entre todos os filósofos dogmáticos, que foi o primeiro a dar o exemplo (e se tornou por esse exemplo o fundador do espírito de rigor até hoje não extinto na Alemanha) de como se deve tomar o caminho seguro de uma ciência por meio do legítimo estabelecimento dos princípios, da clara determinação dos conceitos, da busca de rigor nas provas e da prevenção de saltos audaciosos nas inferências, e que justamente por isso era alguém perfeitamente talhado para colocar uma ciência como a metafísica nessas condições, desde que lhe tivesse ocorrido preparar o terreno para isso, previamente, por meio de uma crítica do órgão, qual seja, a própria razão pura: uma carência que deve ser atribuída não tanto a ele, mas sim ao modo dogmático de pensar de sua época, razão pela qual os filósofos, tanto dessa como de todas as épocas anteriores, não têm nada de que acusar-se uns aos outros. Aqueles que rejeitam o seu método de ensino e, ao mesmo tempo, também o procedimento da crítica da razão pura, não podem ter nada em mente a não ser a intenção de livrar-se das amarras da ciência e de transformar o trabalho em jogo, a certeza em opinião e a filosofia em filodoxia.
[KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. B XXXV-XXXVIII. Trad. F. Mattos. Petrópolis: Editora Vozes, 2012, p. 39-40.]
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