O Cacto Aquele cacto lembrava os gestos desesperados da estatuária: Laocoonte constrangido pelas serpentes, Ugolino e os filhos esfaimados. Evocava também o seco nordeste, carnaubais, caatingas... Era enorme, mesmo para esta terra de feracidades excepcionais. Um dia um tufão furibundo abateu-o pela raiz. O cacto tombou atravessado na rua, Quebrou os beirais do casario fronteiro, Impediu o trânsito de bonde, automóveis, carroças, Arrebentou os cabos elétricos e durante vinte e quatro horas privou a cidade de iluminação e energia: – Era belo, áspero, intratável. BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Cia. José Aguilar, 1967, p.246. O poema de Manuel Bandeira retrata alguns obstáculos vivenciados na cidade contemporânea.
Levando em consideração as possíveis atuações do arquiteto e urbanista, de que forma o profissional poderia evitar o desastre causado pela queda do cacto?

A) A vegetação não está no local adequado e o paisagista poderia ter identificado isso anteriormente.
B) O arquiteto não tem responsabilidade pela danificação causada pela vegetação, já que a prefeitura não identificou a possibilidade da vegetação cair na guia amarela. C) A falta de energia foi ocasionada pela interferência do urbanista, que definiu de maneira errônea o afastamento da vegetação com o poste, não integrando o elemento natural com a construção.
D) A construção poderá ser refeita exatamente ao que era anteriormente pelo restaurador.
E) Ao urbanista responsável pela mobilidade urbana, que fez a contagem volumétrica de veículos de forma errada.