Subitamente o tempo esfriou e a chuva começou a galopar morro abaixo, por entre a trepidação de relâmpagos e o estampido metálico e retumbante de raios e trovões. (...)
Thereza chegou a casa, quando desabou o aguaceiro e caíam os raios. Esteve rápidos minutos no quarto, procurou Lili, no entusiasmo em que se coordenavam o movimento alegre do seu espírito e o soberbo temporal, que agitava a terra e o mar. Do terraço, as duas viram infantilmente chover, por entre relâmpagos. A chuva era infinita, envolvia tudo, suprimia horizontes, baía, ilhas, montanhas. Água, água. Torrentes desciam dos morros, avolumavam-se nas ladeiras, desaguavam nos asfaltos e as ruas transformavam-se instantaneamente em rio. A alagação foi universal. Pararam os carros. O único barulho, que absorvia todos os outros ruídos, era o do vento desesperado, o da chuva desbragada, o do mar enfurecido. Sobre a estrutura textual e temática do texto, julgue as afirmativas.
I. Trata-se de um texto narrativo-descritivo que desenvolve cronologicamente o desencadear da tempestade.
II. A voz do narrador se afirma claramente e as personagens são individualizadas.
III. O autor faz uso da função poética da linguagem, obrigando o leitor a reter sua atenção nas palavras.
IV. Há um abundante emprego de termos pertencentes ao campo lexical do temporal.
As afirmativas corretas são: