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Sagot :
Foi um acontecimento único na história: uma família real transferia-se e mudava a «sede» da corte para uma das suas colónias. Levava com ela todo o aparelho de Estado. Ao decidir mudar a Corte para a sua principal colónia, o então Príncipe Regente assegurou a continuação da Casa Real de Bragança no trono de Portugal e mudou a história do Brasil: o Rio de Janeiro passou a ser a capital do Império, estatuto que manteve durante 13 anos.É sobre esse período, as causas que levaram a ele, as transformações que operou na colónia e as consequências que gerou - como a Proclamação da Independência do Brasil por D. Pedro I, filho de D. João VI - que trata a exposição «Um Novo Mundo, Um Novo Império: A Corte Portuguesa no Brasil», patente no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, até 8 de Junho.Patrocinada pela Fundação Calouste Gulbenkian com apoio da TAP, é a única exposição prevista no Rio de Janeiro sobre o tema da chegada da Corte, que enfatiza os aspectos económicos, políticos e culturais da ida da família real portuguesa. É ainda uma oportunidade única para brasileiros e portugueses conhecerem melhor o contexto histórico que levou D. João VI a atravessar o oceano Atlântico e estabelecer a sede do maior império das Américas, unindo para sempre a história do Brasil e de Portugal.
Núcleos temáticos
A exposição está dividida por vários núcleos temáticos e reúne um vasto espólio constituído por objectos e documentos - muitos deles inéditos - de importantes instituições públicas e particulares brasileiras e portuguesas. A mostra percorre os 13 anos da «estadia» da corte portuguesa no Brasil, desde a situação na Europa com as guerras napoleónicas até aos motivos que levaram à proclamação da Independência do Brasil por D. Pedro I.O núcleo inicial aborda as conquistas de Napoleão na Europa, em especial na Península Ibérica, e as biografias das personagens envolvidos no conflito: Napoleão (França), Carlos IV (Espanha), D. Maria I (Portugal) e Jorge III (Inglaterra). O acervo iconográfico cedido por instituições portuguesas, dá a conhecer aspectos de Lisboa na altura do embarque e ainda os retratos das infantas portuguesas.A segunda parte refere-se ao embarque em Lisboa e às dificuldades enfrentadas ao longo de 54 dias de travessia do Atlântico. A chegada à Baía, a 22 de Janeiro de 1808, está representada na monumental tela do pintor brasileiro Cândido Portinari, «Chegada de D. João VI a Salvador», apresentada pela primeira vez no Rio de Janeiro.Um importante conjunto documental revela o processo da Abertura dos Portos às Nações Amigas, uma das primeiras providências tomadas por D. João ao chegar à Baía, e o marco inicial do desenvolvimento do comércio.
Um «novo» Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro encontrado pela Família Real e as transformações geradas na cidade com a chegada da corte são abordadas na terceira parte. Instituições portuguesas, como o Arquivo Real, a Real Biblioteca e o Erário, foram recriadas no Brasil para permitir o funcionamento do Estado português em solo americano. O livre comércio, o estabelecimento de indústrias, a introdução de novos hábitos culturais e a criação de importantes instituições, tais como a Imprensa Régia, a Real Junta do Comércio e as Academias científicas, modificaram definitivamente o perfil colonial do país e introduziram no cenário nacional novas forças sociais que produziram imagens simbólicas e definiram o poder monárquico no Novo Mundo.Instrumentos científicos contemporâneos a D. João VI, o trono acústico criado na Inglaterra especialmente para o monarca, uma pintura a óleo contemporânea que reproduz com fidelidade a cena da chegada da frota real à baía da Guanabara e objectos de época - mobiliário, porcelanas, condecorações, etc - além de extensa iconografia do período, exemplificam as mudanças ocorridas na então «sede» do Reino.O penúltimo núcleo retrata os conflitos que se instalaram no Brasil e em Portugal a partir de 1817, até a decisão das Cortes portuguesas de exigirem o retorno de D. João VI a Portugal em 1820, facto que ocorreu em 1821. Se, ao chegar ao Rio de Janeiro em 1808, D. João VI desembarcou numa provinciana cidade colonial, ao partir em 1821 deixou um Brasil diferente do que encontrou.Como consequência natural da ida da corte portuguesa para a sua principal colónia, a alusão à Proclamação da Independência do Brasil, por D. Pedro I, encerra a exposição.
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