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o que foi o embargo economido de cuba?



Sagot :

Origens do embargo econômico
Antes de qualquer coisa, é interessante assinalar que, no presente texto, os termos
embargo e bloqueio são utilizados como sinônimos, o que de modo nenhum prejudica a
compreensão dos fatos citados.
Em maio de 1959, Fidel agravou as tensões com os EUA ao proclamar a reforma
agrária, que, entre diversas medidas revolucionárias, proibia a posse de terras cubanas por
parte de estrangeiros, o que colidia com os interesses das companhias exploradoras de cana
de açúcar norte-americanas. Muito se criticou essa medida, tanto nos EUA, quanto em solo
cubano. O governo Eisenhower passou a planejar uma política anti-Castro. Em março de 1960,
tornaram-se públicas as pretensões dos EUA de estabelecer embargos para o açúcar – o
principal produto da economia cubana -, exportações de petróleo e de armas. Os Estados
Unidos, à época, importavam o equivalente a um terço de seu consumo de açúcar da ilha
caribenha, o que evidencia a dependência cubana das relações comerciais com os vizinhos
norte-americanos.
A partir de então, Cuba estreitou substancialmente suas relações com a União
Soviética. Castro conseguiu dos bolcheviques uma ajuda de 100 milhões de dólares e um
acordo de compras anuais de 4 milhões de toneladas de açúcar cubano. Ademais, Cuba passou
a importar o petróleo soviético a um preço muito mais acessível que o proveniente dos
Estados Unidos ou da Venezuela. Porém, as refinarias norte-americanas em território cubano,
por ordem do governo Eisenhower, recusaram-se a refinar esse petróleo. Castro confiscou-as,
ação que atingiu refinarias das grandes petroleiras Texaco, Esso e Shell. A retaliação dos EUA
foi reduzir as quotas de açúcar cubano em 95%. A resposta de Fidel foi estatizar todas as
empresas estadunidenses estabelecidas em Cuba. Juntamente com isso, houve a estatização
maciça de companhias cubanas, incluídos todos os bancos do país. Os Estados Unidos
eliminaram o que ainda restava da quota de açúcar cubano, cerca de 700 mil toneladas, cuja
compra foi rapidamente assumida pelos soviéticos. No dia 19 de outubro de 1960, Eisenhower
declarou um embargo unilateral a todas as exportações a Cuba e, em janeiro seguinte,
romperam-se as relações diplomáticas estadunidenses com o país caribenho. Para os Estados
Unidos, estava claro que o governo Castro era comunista, o que era reforçado pelo seu
compromisso cada vez mais firme com a URSS.
O embargo total das relações comerciais entre EUA e Cuba iniciou-se em 1962, quando
Kennedy ampliou as medidas tomadas por Eisenhower. Em 1963, após a crise dos
mísseis,também se iniciaram as restrições de viagens de cidadãos americanos à ilha.

Na prática, Cuba perdeu dinheiro em exportações de bens e serviços, principalmente no mercado de açúcar e do turismo, as duas maiores divisas da ilha. Para fugir da falta de compradores, Cuba teve que negociar a venda de produtos com a Ásia e com os países do leste europeu.

Em março de 1996, o Congresso dos EUA apertou o cerco comercial em torno de Fidel Castro, com a promulgação da lei Helms-Burton. A medida sancionou as empresas que comercializavam com os cubanos e, assim, internacionalizou o embargo.

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