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“Hoje eu quero voltar sozinho”
A primeira sensação que Hoje eu quero voltar sozinho deve despertar em muitas pessoas é justamente
a contrária que o título do filme expressa. Esta pequena obra de arte, dirigida e escrita pelo desconhecido
paulistano Daniel Ribeiro, de apenas 31 anos, tem como principal propósito mostrar que, sim, o amor existe e
ele está onde menos se espera. É só ter paciência e manter os olhos bem abertos. Aliás, em alguns casos, não
é preciso nem enxergar.
Acontece que o longa-metragem de Ribeiro não fala de uma história de amor convencional. Ele é sobre
o desabrochar do relacionamento entre Leonardo (Ghilherme Lobo) e Gabriel (Fábio Audi), dois adolescentes
que estudam em um colégio de classe média, em São Paulo. O primeiro é deficiente visual de nascença, tímido
e tem como única amiga a simpática Giovana (Tess Amorim). O segundo acabou de chegar do interior e não
conhece ninguém na cidade grande. Rapidamente, ele se enturma com os dois e forma-se um inocente triângulo
amoroso. Afinal, ela nutre, secretamente, uma paixão por Léo.
Sim, eu sei que a história talvez pareça um grande clichê. Mas, o que não é clichê quando nos apaixo-
namos pela primeira vez e temos apenas 14 anos? Baseado no curta-metragem Eu não quero voltar sozinho,
o filme tem temática gay, algo cada vez mais comum, mas tem também como maior qualidade não ser panfle-
tário. Ele não foi feito para defender uma causa. Seu objetivo, dito pelo próprio diretor, é se comunicar com
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