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Mesmo em um texto pertencente à tipologia narrativa, é possível encontrar construções argumentativas, no qual o autor expressa um ponto de vista ou convicção de modo a persuadir o leitor. Pensando nisso, leia o texto a seguir:
Óbito do autor
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, e poria em primeiro lugar o meu nascimento ou minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levam a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi o berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.

(ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Adaptação. São Paulo: Ciranda Cultural, 2002, p. 54)
Considerando a leitura do trecho acima, é correto afirmar que

Alternativa 1: o discurso argumentativo, do tipo racional e lógico, apresenta afirmações que ultrapassam a razão e o senso comum.
Alternativa 2: a descrição do dilema e autocrítica demonstram o arrependimento com que o defunto autor contará sua vida improdutiva.
Alternativa 3: as considerações sobre o método narrativo configuram o modo próprio de se iniciar o romance da época de Machado de Assis.
Alternativa 4: a presença da dúvida revela um narrador inseguro, que teme assumir a condução narrativa e a autoridade sobre os fatos narrados.
Alternativa 5: a argumentação do escritor baseia-se na preocupação com o método, algo que mostra um autor alheio às questões literárias, tais como estilo e originalidade.