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(UFU-MG) Leia o texto a seguir.
O preço do feijão / não cabe no poema. O preço / do arroz / não cabe no poema. Não cabem no poema o gás / a luz o telefone/ a sonegação / do leite / da carne / do açúcar / do pão/ O funcionário público / não cabe no poema / com seu salário de fome / sua vida fechada / em arquivos. / Como não cabe no poema / o operário / que esmerilha seu dia de aço / e carvão / nas oficinas escuras / — porque o poema, senhores, / está fechado: / “não há vagas” / Só cabe no poema/ o homem sem estômago / a mulher de nuvens / a fruta sem preço / O poema, senhores, /não fede / nem cheira
GULLAR, Ferreira. Não há vagas. In: Toda poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980. p. 224.
Ferreira Gullar é um poeta brasileiro que se destacou, entre outras coisas, por ter dado engajamento à sua poesia. Esses versos fazem uma dura crítica a um tipo de sociedade. Essa crítica assemelha-se àquela que Marx fez ao idealismo hegeliano, que sugere a superação do modo de produção capitalista, por meio do método do materialismo histórico e dialético.
Sintetize a crítica de Marx ao hegelianismo, utilizando, para tanto, o método de Marx e o poema de Gullar. Discorra sobre, pelo menos, cinco aspectos.
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