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Sagot :
FRANCIS BACON E RENÈ DESCARTES
E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ESTUDO DA GEOGRAFIA DA NATUREZA
Resumo
Este artigo traz como objetivo principal discutir e analisar as contribuições filosóficas
de Francis Bacon e René Descartes para o estudo da geografia da natureza. Busca-se realizar
um estudo interpretativo desses dois filósofos que contribuíram com grande relevância para o
estudo da geografia, pois criaram métodos que até hoje são utilizados por estudiosos de
diversas áreas. À luz de autores consagrados, pretende-se analisar o empirismo segundo
Bacon e o racionalismo segundo Descartes e abordar até que ponto suas teorias, métodos e
pensamentos podem ser utilizados para o estudo mais aprofundado da ciência em questão.
Torna-se importante destacar o pensamento desses filósofos que criaram métodos e conceitos
que são utilizados através dos tempos para a concepção de diversas ciências, inclusive da
geografia. Ambos filósofos renascentistas mostram uma nova forma de pesquisar, estudar e
analisar os seres vivos e as sociedades em que estão inseridos. Bacon propõe o empirismo, ou
seja, a indução experimental, do qual muitas ciências se ocupam para comprovar fatos e
fenômenos, sendo a geografia uma delas. Bacon entendia que o conhecimento humano
provinha dos dados da experiência, de modo que não seria possível pensar em verdade e
muito menos em conhecimento absolutos. Sendo a experiência a fonte do conhecimento, seria
impossível haver uma verdade única, mas sim verdades, em contínuo processo de
reformulação. Com isso, o empirismo introduziu, no campo do conhecer, elementos de caráter
cético, colocando no plano do sensível, do factual e não do abstrato, do dogmático e das
verdades acabadas.
Já Descartes propõe o racionalismo moderno, ou seja, a busca pela razão através da
dedução, onde a ciência se funde na experiência, sendo o sujeito ativo e pensante da
experiência, o homem, que deduz, experimenta e racionaliza fatos e fenômenos. A exigência
metodológica de Descartes (e aqui está a sua originalidade) é diversa da de Bacon. Para
Descartes, não se trata de interpretar a natureza, mas de colocar o problema da validade do
conhecer como tal. A sua exigência crítica e precisamente a exigência de por em discussão o
próprio processo do conhecimento. No seu tempo, a matemática, modelo do conhecer, é
somente o ponto de partida do método cartesiano, a evidência matemática põe o problema da
evidência da razão em geral, que é o primeiro absoluto do conhecer humano.
Considerando-se tais métodos desenvolvidos por Bacon e Descartes, tem-se assim o
desafio e a tarefa de investigar o que se pode apreender por meio da indução experimental
proposta por Bacon e através da dúvida proposta pelo racionalismo de Descartes e encontrar o
método adequado, pois o método é necessário na procura pela verdade. Nota-se assim a
importância desta discussão para o conhecimento geográfico como um todo, principalmente
em sua base epistemológica, já que avaliando e analisando a consistência lógica e a coesão
fatual da teoria destes dois grandes filósofos, sempre tomando como foco a discussão
.ambos quanto à geografia da natureza, teremos melhor suporte para analisar o conhecimento
acumulado, tanto empírico quanto teórico, desta importante área que ajuda a compor o
conhecimento geográfico, que é a geografia da natureza.
Palavras-chaves: Empirismo, Bacon, Natureza, Racionalismo, Descartes.
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