Fausto, em sua obra “Os índios antes do Brasil” (2000), nota que as obras de cronistas que vieram nos séculos XV e XVI ao que posteriormente ficou conhecido como Brasil foram fundamentais, séculos mais tarde, para a constituição de ideias muito caras aos europeus, e ampliaram a variedade de noções sobre o homem correntes no velho continente: “(...) No século XIX, outras dicotomias somaram-se à oposição entre o natural e civil – parentesco versus política, sangue versus território, status versus contrato -, constituindo um corte entre sociedades organizadas por laços de parentesco (mais “naturais”) e aquelas estruturadas segundo vínculos políticos (mais “sociais”).” (p. 10-11). A partir dessas dicotomias, Julian Steward, em seu livro “Handbook of South Américan Indians” (Guia dos índios sul-americanos), publicado entre 1946 e 1959, construiu uma tipologia cultural para as sociedades indígenas, considerando o seu grau de complexidade, a tecnologia, a organização sociopolítica e a feição do espaço que ocupavam. A esse respeito, é correto afirmar que: