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“Revi madrugar, quando esbarramos, na beira duma vereda pagã, por repouso. Aurora: é o sol assurgente – e os passarinhos arrozeiros. Cá o céu tomou as tintas. Aí retoquei muita lembrança madraça, como se estivesse no antigamente. Fez falta foi um café; mas comemos farofa, bebemos gole d’água. [...] Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é que é o viver, mesmo. O sertão me produz depois me engoliu, depois me cuspiu do quente da boca.” ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. Guimarães Rosa tinha uma peculiaridade em sua linguagem, dotada de um estilo único, povoada por construções raras. O autor de Grande Sertão: Veredas realiza uma verdadeira recriação da linguagem, redimensionando o léxico e ultrapassando os limites do mero regionalismo. Marque a opção que não corresponde com a literatura de falares diversos, escrita por João Guimarães Rosa: A criação lexical é a necessidade estética ou de adequação a um determinado registro. A linguagem de Guimarães Rosa não é a um só tempo regional e universal, presente e atemporal, popular e erudita. Trata-se apenas de uma maneira de mostrar como era a fala dos pobres jagunços do sertão. A criação de um léxico próprio para seu texto era de essencial importância para Guimarães Rosa, a língua era a ferramenta necessária para a liberdade literária de cada autor, uma ferramenta de composição da arte. A criação lexical não atende a uma necessidade de denominação; pode abranger casos em que a língua já dispõe de sinônimo da mesma raiz, logo, a criação é uma opção do autor, como, por exemplo, jagunz, a partir de jagunço. As criações poéticas dificilmente farão parte do léxico da língua, na maioria das vezes essas lexias fazem parte exclusivamente desse mundo criado pelo seu autor, para uma obra específica. A criação lexical estilística marca seu autor e sua época.

Sagot :

Explicação:

A opção que não corresponde com a literatura de falares diversos, escrita por João Guimarães Rosa é: "Trata-se apenas de uma maneira de mostrar como era a fala dos pobres jagunços do sertão."

Na verdade, a linguagem de Guimarães Rosa vai além de simplesmente retratar a fala regional dos jagunços do sertão. Sua criação lexical e seu estilo peculiar visam a uma recriação da linguagem que ultrapassa os limites do mero regionalismo. A intenção do autor não é apenas documentar ou reproduzir a fala dos personagens, mas sim criar uma linguagem literária única, povoada por construções raras e que redimensiona o léxico, buscando uma expressão estilística marcante e atemporal.

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