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“Obesidade mental” não é o diagnóstico oficial de uma doença, mas um termo para explicar a produção e consumo de informações do mundo digital contemporâneo"
O consumo excessivo de informações e, ainda, de baixa qualidade, disponíveis na internet, nas redes sociais e na televisão – com ampla gama de programas para todos os tipos de públicos – pode ter efeitos mentais, e até físicos, negativos. Foi o que aconteceu com a estudante de engenharia agronômica Stefania Fernandes, de 22 anos. A estudante diz ter sido tomada pelo “cansaço mental e emocional, procrastinação e, como consequência direta, perda de qualidade de vida”. Mas o entendimento da situação veio da própria internet, quando Stefania se deparou com o termo “obesidade mental”, usado por Andrew Oitke na obra Mental Obesity.
Após ter se identificado como obesa intelectual, Stefania repensou seu consumo de informações e decidiu dar o primeiro passo, usando as redes sociais normais, mas selecionando os conteúdos. Mas, mesmo se afastando de informações de pouca qualidade, a jovem conta que ainda se sentia dominada pelo consumo de informações. Foi então que deixou de acessar as redes sociais por um período de tempo.
No momento, Stefania diz estar retomando o uso das mídias, porém, de maneira mais seletiva e equilibrada no acompanhamento dos conteúdos “que acrescentam e controlando o tempo que eu fico on-line”. Com relação aos vídeos e podcasts, é rigorosa: “Só algo que eu realmente vá ouvir, refletir e aplicar”.
O que é a “obesidade mental”?
Segundo o filósofo e pós-doutor em discurso imagético pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, João Flávio de Almeida, “obesidade mental”, não é o diagnóstico oficial de uma doença, mas um termo para explicar a produção e consumo de informações do mundo digital contemporâneo. E, informa, esse consumo exagerado acontece com informações repetidas e, geralmente, de entretenimento.
Para o especialista, o grande consumo de informações de baixa qualidade impede o indivíduo de pensar em conteúdos diferentes.
Causas e consequências da “obesidade mental”
Almeida aponta algumas causas para esse comportamento; entre elas, as informações rasas e infantilizadas que, aliadas às redes sociais e seus mecanismos de interações – curtidas, comentários e compartilhamentos – proporcionam um maior volume desses conteúdos. Assim, acrescenta o filósofo, é que a passividade é fomentada e desencadeia a obesidade mental. “A gente perde a capacidade de detectar quando uma boa informação passa por nós” e, diante de um bom filme, por exemplo, “não conseguimos apreciar porque nós ficamos acostumados com essas guloseimas, nós ficamos acostumados com o alimento excessivamente doce”.
Para o especialista, a obesidade intelectual também afeta a saúde física, já que o grande período em frente às telas de computadores e celulares diminui o tempo diante do mundo real, material e, por consequência, a prática de atividades físicas e o contato com a natureza.
Como prevenir a “obesidade mental”
Almeida acredita que o número de obesos mentais tende a aumentar ao longo do tempo, chegando a nível global. O filósofo teme ainda que ocorra o que ele chama de “morte do pensamento”, com fechamento de livrarias e editoras, menor produção de obras artísticas que estimulam pensamento crítico, diminuição de disciplinas de filosofia, sociologia e artes nas escolas e o aumento de preocupações de cunho financeiro.


Sagot :

Resposta:

**Carta do Leitor: Os Perigos da "Obesidade Mental" na Era Digital**

Estamos cada vez mais imersos no mundo digital, consumindo uma quantidade enorme de informações diariamente, fenômeno descrito como "obesidade mental". Este termo refere-se ao impacto negativo do consumo excessivo e de baixa qualidade de informações disponíveis na internet, redes sociais e televisão.

Stefania Fernandes, estudante de engenharia agronômica, sofreu cansaço mental e emocional, procrastinação e perda de qualidade de vida devido à sobrecarga de dados irrelevantes. Após refletir sobre seu consumo informacional e adotar uma postura mais seletiva, ela encontrou um equilíbrio mais saudável.

O filósofo João Flávio de Almeida explica que o consumo repetido de informações superficiais impede o desenvolvimento de pensamentos profundos e diversificados. Além dos efeitos cognitivos, a "obesidade mental" tem consequências físicas, como a redução da prática de atividades físicas.

Para prevenir essa condição, é necessário adotar hábitos de consumo de informação mais saudáveis, selecionando conteúdos e limitando o tempo online. Se não tomarmos medidas, corremos o risco de ver uma sociedade menos crítica e criativa, com impactos negativos na produção cultural e educacional.

Atenciosamente,

[Seu Nome]

Resposta:

Explicação:

Prezado Editor,

Eu gostaria de compartilhar com você uma experiência pessoal que recentemente tive, que me fez refletir sobre o conceito de “obesidade mental”. Este termo, embora não seja oficialmente reconhecido como uma doença, descreve de forma eloquente a saturação de informações que vivemos no mundo digital contemporâneo.

Como estudante de engenharia agronômica, eu sou frequentemente confrontada com uma avalanche de dados e notícias, muitas vezes de baixa qualidade. Essa constante exposição pode levar ao cansaço mental e emocional, à procrastinação e, consequentemente, à perda de qualidade de vida. Foi com essas palavras que a jovem Stefania Fernandes descreveu sua própria luta contra a “obesidade mental”.

Após se identificar com essa condição, Stefania decidiu tomar medidas para controlar seu consumo de informações. Ela começou selecionando cuidadosamente os conteúdos que seguia nas redes sociais e, eventualmente, decidiu se afastar delas por um tempo. Hoje, ela retoma o uso das mídias com mais discernimento e equilíbrio.

A “obesidade mental” é um fenômeno que não deve ser subestimado. O filósofo João Flávio de Almeida destaca que o excesso de informações repetidas e de entretenimento pode impedir-nos de pensar em conteúdos diferentes. Além disso, ele aponta que esse comportamento pode ter consequências físicas, como a diminuição do tempo gasto em atividades ao ar livre e a prática de exercícios físicos.

Para prevenir essa condição, é essencial que tomemos consciência do que consumimos e como isso afeta nossa saúde mental e física. Devemos buscar informações que realmente nos enriqueçam e nos desafiem a pensar criticamente.

Com carinho, [Rahirresistible]