Em janeiro de 1592, Brás Dias, mameluco, natural da cidade da Bahia, confessou perante a Mesa da Santa Inquisição que, durante quatro ou cinco anos, andando pelo sertão, fizera parte, junto com os gentios, de uma seita chamada Santidade, que funcionava na fazenda de Fernão Cabral, em Jaguaripe. A seita era dirigida por um índio chamado Antônio, que tinha sido criado pelos jesuítas nas missões. Entre outras coisas, esse Antônio, que era casado, batizava os próprios filhos, utilizando duas candeias acesas e um prato d’água, e chamavam a si próprios com os nomes de Jesus e de Santa Maria. Nos cultos, celebrados ao pé de cruzes metidas no chão em montes de pedra, uivavam e se comportavam como macacos, sem regras nem ordem, cometendo vários deslizes heréticos (VAINFAS, 1997). Fonte: VAINFAS, R. Confissões da Bahia. São Paulo: Companhia da Letras, 1997. A inquisição chegou ao Brasil, no período Colonial, em 1591. Também chamada de Santo Ofício, foi um tribunal formado pela Igreja Católica para condenar e punir as pessoas que tinham desvios nas normas de conduta, os chamados hereges. A Inquisição se iniciou durante a Idade Média (476-1453) – especificamente na Baixa Idade Média (séculos XI e XV) – e Idade Moderna (1453-1789), se espalhando por diversos países. Tal período englobou uma série práticas resgatadas do Direito Romano e instituiu a perseguição, julgamento, tortura e pena de morte de forma sistemática, julgando crimes de heresia, feitiçaria, bigamia, sodomia e apostasia. Sobre tais práticas, é correto afirmar que: a) A inquisição consistia em uma política de repressão ao avanço da criminalidade, punindo exemplarmente os delinquentes, uma vez que a Idade Média foi marcada por assassinatos e roubos. b) O objetivo da Inquisição era estabelecer um controle político na Europa. A perseguição simultânea sobre a criminalidade comum e a política/religiosa se tratava de um mecanismo de controle social para reprimir qualquer resistência e oposição política ao saber/poder oficial. c) A inquisição objetivava somente combate