A melhor maneira de se entender o que vêm a ser línguas crioulas é reproduzindo o processo de sua formação. Observemos o caso das ilhas do arquipélago de Cabo Verde, situado entre o nordeste brasileiro e o noroeste africano. Os portugueses chegaram lá por volta de 1456, encontrando-o desabitado. Logo a seguir, começaram a levar escravos de diversas etnias e línguas da então chamada costa da Guiné, fazendo dessas ilhas mais tarde um entreposto para distribuição de escravos pelo mundo. O fato é que aí se constituiu uma comunidade heterogênea, composta, de um lado, de portugueses, e de outro, de escravos africanos falantes de mandinga, wolof, fula, manjaco, felupe, bijagó e muitas outras línguas. Hildo Honório do Couto. Línguas Crioulas. Disponível em: . Acesso em: 16 mai. 2024. Fragmento. (SARESP) Com base na argumentação construída pelo autor, pode-se inferir que sua intenção seja defender a seguinte tese: As línguas crioulas da costa da Guiné formaram-se do encontro das línguas originais de falantes portugueses e de falantes africanos escravizados. A língua crioula em Cabo Verde originou-se do encontro da língua portuguesa falada no nordeste brasileiro e da língua wolof, do noroeste da África. As línguas crioulas em Cabo Verde formaram-se da fusão entre mandinga, wolof, fula, manjaco, felupe e bijagó. A compreensão do significado de língua crioula pressupõe o conhecimento do processo de sua formação.