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A Constituição de 1891 garantia uma série de direitos politicos , mas , na prática , o voto era objeto de ma nipulação e fraude. Como era o sistema eleitoral na Primeira República e como podem ser definidas as expressões coronelismo , política dos governadores e politica do café com leite ?.

Sagot :

Resposta:

Na Primeira República do Brasil, o sistema eleitoral era marcado por manipulações e fraudes, apesar de a Constituição de 1891 garantir direitos políticos. Vamos detalhar o sistema eleitoral e explicar os termos "coronelismo," "política dos governadores," e "política do café com leite."

Sistema Eleitoral na Primeira República

Exclusão de Grande Parte da População: O voto era censitário, ou seja, restrito a uma pequena parte da população. Apenas homens alfabetizados com renda suficiente podiam votar, excluindo mulheres, analfabetos, e a maioria dos trabalhadores rurais e urbanos.

Voto Aberto: O voto não era secreto, o que facilitava a coerção e a compra de votos, além de permitir a intimidação dos eleitores.

Fraude e Manipulação: Era comum a manipulação de resultados eleitorais. Práticas como o "voto de cabresto," onde eleitores eram controlados pelos coronéis (líderes políticos locais), e a "degola," em que a Comissão de Verificação dos Poderes do Congresso Nacional invalidava mandatos de opositores, eram amplamente utilizadas.

Coronelismo

O coronelismo refere-se ao controle político exercido pelos coronéis, que eram grandes proprietários rurais com poder local significativo. Eles usavam seu poder econômico e social para influenciar e controlar os votos de seus dependentes, garantindo apoio político em troca de favores pessoais e proteção. Esse sistema era sustentado por práticas como:

Voto de Cabresto: Os coronéis controlavam os eleitores, que votavam conforme suas ordens.

Clientelismo: Relações de troca de favores entre os coronéis e seus dependentes, onde o coronel oferecia benefícios em troca de apoio político.

Política dos Governadores

A política dos governadores foi uma estratégia desenvolvida pelo presidente Campos Sales para garantir a estabilidade política e o apoio do Congresso. Ela envolvia um acordo informal entre o governo federal e os governos estaduais, caracterizado por:

Intervenção nas Eleições Estaduais: O governo federal apoiava candidatos ao governo estadual que eram leais ao presidente.

Troca de Favores: Em troca do apoio federal, os governadores garantiam que os deputados e senadores eleitos de seus estados fossem favoráveis ao presidente da República.

Essa política ajudou a consolidar o poder das oligarquias estaduais, reforçando o controle dos coronéis e perpetuando a manipulação do sistema eleitoral.

Política do Café com Leite

A política do café com leite refere-se à alternância de poder entre as oligarquias de São Paulo (representada pelo café) e de Minas Gerais (representada pelo leite). Essa aliança informal garantiu que os presidentes da República alternassem entre paulistas e mineiros, mantendo o poder nas mãos dessas duas oligarquias dominantes. Características principais:

Alternância de Poder: São Paulo e Minas Gerais dominavam a presidência, enquanto outros estados tinham pouca influência na escolha do presidente.

Consolidação das Elites Regionais: Esse arranjo político reforçou a hegemonia das elites agrárias desses dois estados, garantindo a continuidade de seus interesses no governo federal.

Conclusão

Na Primeira República, o sistema eleitoral brasileiro era altamente excludente e manipulado pelas elites locais e regionais. O coronelismo, a política dos governadores e a política do café com leite são termos que descrevem as práticas e alianças que permitiam às oligarquias manter o controle político, muitas vezes à custa de uma verdadeira democracia representativa. Essas práticas resultaram em um sistema político onde a participação popular era extremamente limitada e os resultados eleitorais eram frequentemente manipulados para servir aos interesses das elites.

Explicação:

bons estudos