Resposta:A hipótese atual para a origem do povo que habitou a região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, Brasil, baseia-se em estudos arqueológicos e antropológicos que sugerem que esses antigos habitantes possuíam características cranianas diferentes das dos povos indígenas atuais da América do Sul.
A pesquisa mais aceita atualmente é que os primeiros habitantes de Lagoa Santa, cujos restos mortais datam de aproximadamente 11.000 anos atrás, podem ter descendido de uma população migratória que chegou ao continente americano em uma onda migratória distinta daquela que originou os atuais indígenas. Esses primeiros povos poderiam ter uma origem ligada a populações asiáticas do sudeste asiático e da Polinésia, com características físicas semelhantes às dos atuais aborígines australianos e aos habitantes das ilhas do Pacífico.
Essa hipótese é baseada em análises morfológicas de crânios encontrados na região, que mostram traços faciais mais alongados e diferentes dos traços típicos dos povos indígenas modernos, que têm crânios mais arredondados. Além disso, recentes estudos de DNA têm buscado esclarecer a complexidade das migrações humanas para as Américas, indicando múltiplas ondas de migração e uma história demográfica mais complexa do que se acreditava anteriormente.
Os estudos mais notáveis sobre a região foram conduzidos pelo arqueólogo dinamarquês Peter Lund no século XIX e mais recentemente pelo arqueólogo brasileiro Walter Neves, que defende a ideia de múltiplas ondas migratórias para as Américas, com Lagoa Santa representando um exemplo de uma dessas primeiras ondas.
