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A Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro em 1904, foi motivada por uma série de medidas sanitárias implementadas pelo governo federal brasileiro, então liderado pelo presidente Rodrigues Alves. A principal causa foi a obrigatoriedade da vacinação contra a varíola, parte de um amplo plano de reformas urbanas conhecido como "Reforma Pereira Passos", que visava modernizar a cidade.
A população carioca, especialmente os mais pobres e marginalizados, reagiu com hostilidade devido à forma coercitiva como a vacinação foi implementada, incluindo campanhas de vacinação forçada, fiscalização intensa e multas para quem se recusasse a ser vacinado. Além disso, boatos sobre os efeitos colaterais da vacina, bem como desconfiança em relação ao governo e à medicina, exacerbaram os sentimentos de resistência.
A revolta eclodiu em novembro de 1904, resultando em manifestações violentas, conflitos com as forças policiais e depredação de prédios públicos. A reação popular refletiu não apenas o descontentamento com as políticas sanitárias, mas também questões mais amplas de exclusão social, abuso de poder e desigualdade.
Após alguns dias de intensos confrontos, a revolta foi reprimida pelas autoridades, com prisões e intervenção militar. Embora tenha sido um evento marcante na história do Brasil, a Revolta da Vacina também destacou a necessidade de políticas públicas mais sensíveis e inclusivas em relação à saúde e ao bem-estar da população.