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Resposta:
Durante um jejum prolongado (mais de 12 horas), o metabolismo hepático sofre diversas adaptações para manter a homeostase energética e fornecer glicose aos tecidos dependentes dela, como o cérebro e os glóbulos vermelhos. As principais adaptações incluem:
1. **Glicogenólise**: Nos primeiros momentos de jejum, o fígado quebra o glicogênio armazenado em glicose para liberar na corrente sanguínea e manter os níveis de glicose plasmática.
2. **Gliconeogênese**: À medida que os estoques de glicogênio se esgotam (geralmente após 24 horas), o fígado aumenta a produção de glicose a partir de precursores não-carboidratos, como aminoácidos (principalmente da quebra de proteínas musculares), lactato (proveniente da glicólise anaeróbica) e glicerol (da lipólise de triglicerídeos).
3. **Lipólise e Cetoacidose**: Com a diminuição dos níveis de insulina e aumento de glucagon, há um estímulo à lipólise no tecido adiposo, liberando ácidos graxos livres. O fígado capta esses ácidos graxos e os oxida em corpos cetônicos (acetoacetato, β-hidroxibutirato e acetona), que são liberados na corrente sanguínea como uma fonte alternativa de energia, especialmente importante para o cérebro durante o jejum prolongado.
4. **Conservação de Proteínas**: Inicialmente, a gliconeogênese usa aminoácidos provenientes da degradação de proteínas musculares. No entanto, para evitar a depleção muscular excessiva, o corpo gradualmente reduz a taxa de proteólise e aumenta a utilização de corpos cetônicos, que são poupadores de proteína.