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Literatura brasileira contemporânea, malgrado as classificações em mutação do que seja o contemporâneo, surgiu em meados da década de 1970 do século XX, buscando representar vários grupos sociais que escapavam ao cânone literário da época. Dessa forma, priorizou a expressão literária de mulheres, negros, autores LGBT e demais grupos economicamente marginalizados, que buscavam espaço e que, por isso, agruparam-se ao redor do termo "literatura marginal". Disserte sobre a relação entre os critérios

Sagot :

Resposta:

Explicação:

Literatura Brasileira Contemporânea: Entre Margens e Representatividade

A literatura brasileira contemporânea, nascida em meio às transformações sociais e políticas da década de 1970, rompe com os moldes tradicionais e se caracteriza pela busca por uma representatividade plural e diversa. Nesse contexto, a expressão "literatura marginal" surge como um termo amplo para englobar autores e obras que fogem do cânone literário dominante, dando voz a grupos historicamente marginalizados.

Critérios de Marginalização:

A marginalização na literatura brasileira contemporânea se manifesta de diversas formas, abrangendo aspectos sociais, políticos, culturais e identitários. Entre os principais critérios que definem essa marginalização, podemos destacar:

Gênero: As mulheres, por muito tempo relegadas a um papel secundário na literatura, assumem protagonismo na literatura contemporânea, explorando temas como sexualidade, maternidade, violência e relações de poder.

Raça: A literatura afro-brasileira ganha força, combatendo o racismo e a invisibilidade da cultura negra na sociedade brasileira. Autores negros exploram temas como a escravidão, o preconceito racial, a identidade afrodescendente e a luta por igualdade.

Orientação Sexual: A literatura LGBT+ emerge como uma voz importante na luta por direitos e visibilidade. Autores abordam temas como homofobia, transfobia, identidade de gênero e relações homoafetivas.

Classe Social: A literatura marginalizada também dá voz aos grupos economicamente marginalizados, como trabalhadores urbanos, moradores de periferia e comunidades rurais. Autores retratam as desigualdades sociais, a pobreza, a violência e a luta por melhores condições de vida.

Região: A literatura regionalista ganha destaque, valorizando a cultura e a identidade de diferentes regiões do Brasil, combatendo o centralismo cultural e dando voz a autores de diversas localidades.

Relação entre os Critérios:

A marginalização na literatura brasileira contemporânea não se limita a um único critério, mas sim a uma intersecção de diversas identidades e experiências. Autores podem ser marginalizados por mais de um critério, como ser mulher negra, LGBT+ e de baixa renda. Essa intersecção cria realidades complexas e multifacetadas que se refletem na literatura.

A literatura marginal rompe com a homogeneidade do cânone literário tradicional, apresentando uma multiplicidade de vozes e perspectivas. Essa diversidade enriquece a literatura brasileira e contribui para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Luta por Reconhecimento:

A literatura marginalizada enfrenta desafios para alcançar reconhecimento e visibilidade. Autores e obras marginalizadas podem ter menos acesso a editoras, prêmios literários e espaços de divulgação. Além disso, podem ser alvo de críticas e preconceitos por parte da crítica tradicional.

No entanto, a luta por reconhecimento continua. Autores marginalizados se organizam em coletivos, criam editoras independentes e utilizam as redes sociais para divulgar suas obras. O público leitor também se torna cada vez mais engajado na busca por uma literatura diversa e representativa.

Conclusão:

A literatura brasileira contemporânea, marcada pela busca por representatividade e pela ruptura com os padrões tradicionais, encontra na "literatura marginal" um espaço para dar voz a grupos historicamente silenciados. Através da diversidade de autores e obras, essa literatura contribui para a construção de uma sociedade mais plural, justa e igualitária.

A literatura marginal brasileira, surgida nos anos 70, se caracterizava por romper com os padrões tradicionais da literatura e dar voz a grupos marginalizados pela sociedade da época. Essa ruptura se manifestava em diversos aspectos, como:

A literatura marginal abordava •temas• relacionados à realidade de vida dos grupos marginalizados, como pobreza, violência, discriminação, racismo, sexismo e homofobia. Por ser temas ignorados ou tratados de forma superficial pela literatura tradicional.

A linguagem utilizada na literatura marginal era •coloquial, popular e muitas vezes transgressora, utilizando gírias, palavrões e expressões regionais. buscando romper com a linguagem formal e elitista da literatura tradicional e aproximar-se da realidade dos grupos marginalizados.

A literatura marginal também se caracterizava pela liberdade formal. Os autores experimentavam diferentes formas literárias, como poemas, contos, crônicas, romances e até mesmo peças de teatro. A literatura marginal circulava por meios alternativos ao mercado editorial tradicional, como mimeógrafos, fanzines e leituras públicas. permitindo que os autores alcançassem um público mais amplo e diverso, sem depender da aprovação das grandes editoras.

A relação entre esses critérios era fundamental para a construção da identidade da literatura marginal , os grupos marginalizados, utilizavam uma linguagem coloquial e transgressora, experimentar diferentes formas literárias e circulavam por meios alternativos, sendo um espaço de resistência e expressão para esses grupos.


Alguns dos principais autores da literatura marginal brasileira são:

* Carolina Maria de Jesus: Autora de "Quarto de Despejo", um diário que relata a vida cotidiana de uma catadora de papel em São Paulo.

* Plínio Marcos: Autor de peças de teatro que retratam a violência e a marginalização na sociedade brasileira, como "Dois Carros, Um Teto e Um Cachorro" e "Navalha na Carne".

* Ana Cristina Cesar: Poeta que explorava temas como o amor, o sexo e a morte em sua poesia, com destaque para a obra "O Crivo".

* Cacaso e Chacal: Poetas que fundaram o movimento "Poesia Concreta" e experimentaram diferentes formas literárias em suas obras, como colagens e poemas visuais.


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Liziamarcia

Mestre em português

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