Há uma série de dívidas históricas para com a população afrodescente no Brasil em razão dos séculos de escravidão. Além disso, ao contrário do que ocorreu nos Estados Unidos quando da libertação dos escravos (que recebiam um pedaço de terra após isso), em nosso país houve o fim da escravidão sem que se desse qualquer meio de vida ou retorno financeiro àqueles que estavam sendo libertos.
Desse modo, perpetuou-se a dependência, com os afrodescentes passando a morar em locais precários, formando e ampliando as favelas nas grandes cidades.
Gerou-se, assim, uma continuidade histórica na qual os afrodescentes não puderam dar boas condições de estudo e formação aos seus filhos, perpetuando um ciclo de pobreza e exclusão.
Desse modo, não é surpresa encontrarmos altos índices de mortalidade por arma de fogo, de mortes de adolescentes, dentre outros indicativos da violência entre a população negra no Brasil.
Mesmo nas novelas, as pessoas de pele mais escuras, na maioria das vezes, aparecem em patamares mais baixos e papéis secundários.
Dada essa realidade, políticas afirmativas como as cotas são colocadas como formas de avanços para diminuir essa realidade. Após a implementação dessas políticas, houve, inclusive, um maior reconhecimento das pessoas de suas próprias origens, aos aumentar o número de pessoas que se declararam como negras ou pardas.
