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Sagot :
Preconceito velado
As opiniões a respeito da vinda dos médicos cubanos para o Brasil são controversas. Há quem apoie a iniciativa governamental, já que ela ameniza o problema da saúde em locais afastados das grandes metrópoles, e há quem seja contra, por acreditarem que é apenas um paliativo. Entretanto, a despeito dessas divergências, algo deveria ser unânime: o repúdio a atitudes preconceituosas e xenófobas, como por exemplo as vaias, vindas de médicas brasileiras, direcionadas aos médicos cubanos que aqui desembarcavam.
Somam-se a esse episódio muitos outros, como a publicação da jornalista brasileira, em seu perfil na rede social Facebook, na qual colocava em xeque a qualificação profissional das médicas cubanas devido a sua aparência. Situações como essas se chocam com a ideia, historicamente construída, de que o Brasil é um país inclusivo.
A noção de tolerância justificava-se devido ao fato da população brasileira ter sido formada por uma miscigenação de várias etnias, fato esse que invalidaria preconceitos a respeito da cor da pele, afinal, não há “etnias puras”. Porém, a realidade mostra que em matéria de discriminação, estamos próximos de ser tão xenófobos quanto os europeus a quem tanto criticamos em sua relação com os árabes atualmente, mas com o agravante de que, no nosso caso, isso costuma ser feito de forma velada,tanto que a maioria dos brasileiros não admite que as vaias sejam xenofobia, apenas consideram-na "exercício da liberdade de expressão".
As vaias são, portanto, uma boa oportunidade para repensar a respeito da conduta brasileira em relação ao estrangeiro,para que possamos combater a xenofobia que teima em fazer-se presente no país. É chance de refletir também sobre o posicionamento da classe médica brasileira, grupo este que quando age de forma passional desmoraliza-se perante a sociedade, ofuscando as tantas máculas do sistema de saúde, como falta de infraestrutura, má remuneração, distribuição inadequada de recursos, entre outros, problemas que precisam mais do que nunca serem expostos a sociedade, para que esta não deixe-se iludir com a ideia de que a vinda desses profissionais bastará para resolver os problemas na área da saúde.
L.M
As opiniões a respeito da vinda dos médicos cubanos para o Brasil são controversas. Há quem apoie a iniciativa governamental, já que ela ameniza o problema da saúde em locais afastados das grandes metrópoles, e há quem seja contra, por acreditarem que é apenas um paliativo. Entretanto, a despeito dessas divergências, algo deveria ser unânime: o repúdio a atitudes preconceituosas e xenófobas, como por exemplo as vaias, vindas de médicas brasileiras, direcionadas aos médicos cubanos que aqui desembarcavam.
Somam-se a esse episódio muitos outros, como a publicação da jornalista brasileira, em seu perfil na rede social Facebook, na qual colocava em xeque a qualificação profissional das médicas cubanas devido a sua aparência. Situações como essas se chocam com a ideia, historicamente construída, de que o Brasil é um país inclusivo.
A noção de tolerância justificava-se devido ao fato da população brasileira ter sido formada por uma miscigenação de várias etnias, fato esse que invalidaria preconceitos a respeito da cor da pele, afinal, não há “etnias puras”. Porém, a realidade mostra que em matéria de discriminação, estamos próximos de ser tão xenófobos quanto os europeus a quem tanto criticamos em sua relação com os árabes atualmente, mas com o agravante de que, no nosso caso, isso costuma ser feito de forma velada,tanto que a maioria dos brasileiros não admite que as vaias sejam xenofobia, apenas consideram-na "exercício da liberdade de expressão".
As vaias são, portanto, uma boa oportunidade para repensar a respeito da conduta brasileira em relação ao estrangeiro,para que possamos combater a xenofobia que teima em fazer-se presente no país. É chance de refletir também sobre o posicionamento da classe médica brasileira, grupo este que quando age de forma passional desmoraliza-se perante a sociedade, ofuscando as tantas máculas do sistema de saúde, como falta de infraestrutura, má remuneração, distribuição inadequada de recursos, entre outros, problemas que precisam mais do que nunca serem expostos a sociedade, para que esta não deixe-se iludir com a ideia de que a vinda desses profissionais bastará para resolver os problemas na área da saúde.
L.M
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